GRES Estação Primeira de Mangueira - As Quatro Estações do Ano (Cântico à Natureza) - 1955

Este lindo samba de enredo mais tarde seria rebatizado para "Cântico à Natureza (Primavera)" e regravado por grandes nomes da nossa música como, Zezé Motta, Chico César e o próprio compositor Nelson Sargento.

Você sabia:

A quadra da Escola está sediada na Rua Visconde de Niterói.

Francisco de Paula Negreiros de Saião Lobato, o Visconde de Niterói, foi Ministro da Justiça durante o Segundo Reinado de D. Pedro II, ele era o Dono do Morro da Mangueira, na verdade o proprietário das terras que lhe foram dadas como presente pelo imperador Pedro II.

Na época o Morro ainda não tinha este nome, nem era ocupado por moradias. Foi só depois da Morte do Visconde que o Morro começou a ser ocupado, dentre os primeiros se destaca Carlos Moreira de Castro, o Carlos Cachaça, ou seja ele foi um dos fundadores do morro e um dos fundadores da Escola de Samba.

Carlos Cachaça era afilhado do Português Tomás Martins que não sabia ler e escrever mas que construiu muitas casas para alugar no morro. Cahaça era quem tinha a incumbência de assinar os recibos dos aluguéis, isso aos 10 anos de idade.

Intérprete na Avenida: ?
Carnavalesco: Funcionários da Casa da Moeda
Colocação: 2º Lugar

Enredo: As Quatro Estações do Ano (Cântico à Natureza)
Ano: 1955
Autores: Nelson Sargento, Alfredo Português e Jamelão

Letra:

Brilha no céu o astro rei com fulguração 

abrasando a terra anunciando o verão 

outono estação singela e pura 

é a pujança da natura 

dando frutos em profusão 

Inverno, chuva, geada e garoa 

molhando a terra preciosa e tão boa 

desponta a primavera triunfal 

são as estações do ano 

num desfile magistral 

A primavera matizada e viçosa 

pontilhada de amores 

engalanada, majestosa 

desabrocham as flores 

nos campos, nos jardins e nos quintais 

a primavera é a estação dos vegetais 

Oh! primavera adorada 

inspiradora de amores 

Oh! primavera idolatrada 

sublime estação das flores

Abaixo o samba na voz de Nelson Sargento e Chico César

GRES Beija-Flor - Ratos e urubus, larguem minha fantasia - 1989

Olha a Beija-Flor aí gente!

Enredo que gerou controvérsias com a Igreja Católica ao tentar levar ao desfile uma imagem do Cristo Redentor caracterizado como mendigo. O Cristo acabou saindo coberto por um plástico no desfile (a imagem foi proibida pela Justiça). Mesmo assim a Escola faturou o Vice-Campeonato.

O samba reluziu na avenida na voz do Grande Neguinho da Beija-Flor.

Leba - larô - ô ô ô ô

Ébo - lebará - laiá - laiá - ô

Você sabia:

O Gênio Joãozinho Trinta começou sua carreira na Acadêmicos do Salgueiro como assistente, tendo sido campeão em 1965, 1969 e 1971. Em 1973 foi promovido a carnavalesco onde fez dupla com a artista plástica Maria Augusta. Em 1974 já como único carnavalesco conquista o título e em 1975 o bi-campeonato. Só em 1976, levado por Anísio Abraão David ele chega a Beija-Flor e fatura em 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983.

Ele foi Penta-Campeão do carnaval carioca - 1974, 1975, 1976, 1977 e 1978

Em 1976 foi campeão pela Império da Tijuca pelo segundo grupo

Foi também Tri-campeão pela Acadêmicos da Rocinha em 1989 (Grupo 1-D), 1990 (Grupo 1-C) e 1991 (Grupo 1-B)

Em 1997 foi Campeão pela Viradouro do grupo Especial.

Intérprete na Avenida: Neguinho da Beija-Flor
Carnavalesco: Joãozinho Trinta
Colocação: 2º Lugar

Enredo: Ratos e urubus, larguem minha fantasia
Ano: 1989
Autores: Betinho, Glyvaldo, Zé Maria e Osmar

Letra:

Leba - larô - ô ô ô ô

Ébo - lebará - laiá - laiá - ô

Reluziu... É ouro ou lata

Formou a grande confusão

Qual areia na farofa

E o luxo e a pobreza

No meu mundo de ilusão

Xepá, de lá pra cá xepei

Sou na vida um mendigo

Da folia eu sou rei

Sai do lixo a nobreza

Euforia que consome

Se ficar o rato pega

Se cair urubu come

Vibra meu povo

Embala o corpo

A loucura é geral (é geral)

Larguem minha fantasia, que agonia

Deixem-me mostrar meu Carnaval

Firme... Belo perfil

Alegria e manifestação

Eis a Beija-flor tão linda

Derramando na avenida

Frutos de uma imaginação

Leba - larô - ô ô ô ô

Ébo - lebará - laiá - laiá - ô

Abaixo o samba na voz de Neguinho da Beija-Flor e Gilson Bacana

GRES Unidos de Vila Isabel - Kizomba, A Festa de Uma Raça - 1988

Neste ano a Vila levou 4 Estandartes de Ouro (Enredo, Escola, Bateria e Samba Enredo), além é claro do Título do Carnaval. 

Grande samba e um belo desfile, fizeram a Escola faturar seu primeiro título no carnaval carioca.

Neste ano de 1988 se comemorava o Centanário da Abolição e o Enredo da Escola exaltava a influência negra na cultura universal.

Você sabia:

Durante muitos anos a Unidos de Vila Isabel, utilizou o campo do Andarahy Athletico Club (Rua Barão de São Francisco, na esquina com a Rua Teodoro da Silva, em Vila Isabel) para a realização de seus ensaios, esse mesmo campo depois pertenceu ao América Football Club e hoje lá existe o Shopping Iguatemi.

Intérprete na Avenida: Gera
Carnavalesco:Comissão de Carnaval (Milton Siqueira, Paulo César Cardoso e Ilvamar Magalhães)
Colocação: 1º Lugar

Enredo: Kizomba, A Festa de Uma Raça
Ano: 1988
Autores: Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila

Letra:

Valeu Zumbi!

O grito forte dos Palmares

Que correu terras, céus e mares

Influenciando a abolição

Zumbi valeu!

Hoje a Vila é Kizomba

É batuque, canto e dança

Jongo e maracatu 

Vem menininha pra dançar o caxambu

Ôô, ôô, Nega Mina

Anastácia não se deixou escarvizar

Ôô, ôô Clementina

O pagode é o partido popular

O sacerdote ergue a taça

Convocando toda a massa

Neste evento que congraça

Gente de todas as raças

Numa mesma emoção

Esta Kizomba é nossa Constituição

Que magia

Reza, ajeum e orixás

Tem a força da cultura

Tem a arte e a bravura

E um bom jogo de cintura

Faz valer seus ideais

E a beleza pura dos seus rituais

Vem a Lua de Luanda

Para iluminar a rua

Nossa sede é nossa sede

De que o "apartheid" se destrua

Valeu! 

Abaixo o samba na voz de Martinho da Vila e Luiz Carlos da Vila

GRES Unidos de Bangu - Rio, pé-de-moleque - 1974

Excelente samba da Escola de Bangu que foi a 13º a desfilar pelo Grupo de Acesso em 1974, terminando em 14º lugar mas não sendo rebaixada pois neste ano nenhuma Agremiação desceu.

A letra do samba fala de "Liteira", que é: uma cadeirinha coberta sustentada por dois varais compridos e conduzida por Escravos ou animais.

Liteira também poderia ser caixa de areia onde os gatos fazem suas necessidades mas não é o caso do Enredo.

Você sabia:
A extinta Unidos de Bangu é a Madrinha da Acadêmicos de Santa Cruz

Intérprete na Avenida: Renato Nascimento
Carnavalesco: ?
Colocação: 14º Lugar (Grupo de Acesso)

Enredo: Rio, pé-de-moleque
Ano: 1974
Autor: Devanil Silva

Letra:

Que lembrança boa

Recordemos nós

Ó, meu Rio antigo

O Rio do tempo dos meus avós

Calçadas feitas

Com maço de pilão

Rio pé-de-moleque

Eu não me esqueço não

Ai que saudades

Da luz do candeeiro

Da carruagem que chamavam de tourão

Doce mulata e a luta de capoeira

Briga de galo, uma boa diversão

Lembro a Mãe Benta

Aquela negra doceira

Lembro de Itu, bêbado a cambalear

Pé-de-moleque, do estopim e da liteira

Da bonitinha, cadeirinha de arrumar

O rio era

Chamado assim

Lembrando um doce

De amendoim

Abaixo o samba na voz de Renato Nascimento

GRES União da Ilha do Governador - Festa Profana - 1989

Pra galera que curtir o carnaval, nada melhor que este samba da União para matar a saudade, o mais tocado em qualquer lugar onde tenha festa.

O Título não veio mas o samba ficou na cabeça pra sempre.

A Escola Porto da Pedra reeditou este samba em 2005, ficando em 7º lugar que cantou foi Luizinho Andanças.

Você sabia:

Acraílson Forde mas conhecido como Ito Melodia, Intérprete da Escola, é filho do já falecido grande Aroldo Melodia que levou por muitos anos o samba da União na avenida.

Intérprete na Avenida: Quinho
Carnavalesco: Ney Ayan
Colocação: 3º Lugar

Enredo: Festa Profana
Ano: 1989
Autores: J. Brito e Bujão

Letra:

O rei mandô cair dentro da folia

E lá vou eu (bis)

O Sol que brilha nessa noite vem da Ilha

Lindo sonho que é só meu

Vem, vem amor!

Na poesia vem rimar sem dor

Na fantasia, vem colorir

Que a vida tem mais cor

Vem na magia

Me beija nesse mar de amor

Vem, me abraça mais

Que eu quero é mais

O teu coração

Eu vou tomar um porre de felicidade

Vou sacudir, eu vou zoar toda cidade (bis)

Eh! Boi Ápis

Lá no Egito, festa de Ísis

Eh! Deus Baco, bebe sem mágoa

Você pensa que esse vinho é água?

É primavera!

Na lei de Roma, a alegria é que impera

Oh! Que beleza!

Máscara negra lá no baile de Veneza

Oi joga água que é de cheiro

Confete e serpentina (bis)

Lança perfume no cangote da menina

Abaixo o samba na voz de Ito Melodia; Aroldo Melodia; Mauricio Maia